O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Medial comunicou nesta quarta-feira, 3, a manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano. Esta foi a terceira reunião do ano do comitê que decide a política monetária do país. A decisão de manter o rendimento foi em risco com as expectativas do mercado.
A taxa Selic está neste patamar desde agosto do ano pretérito, depois de passar por seguidas altas uma vez que recurso para controlar a inflação do nosso país.
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Para entender as entrelinhas da decisão, a reação e estudo do mercado, assim uma vez que as projeções para 2023, acompanhe a live “Reunião do Copom”. O programa vai ao ar nesta quarta-feira, 19h30, no ducto da Genial –a gravação fica disponível no YouTube.
Transmitido do Copom
Em transmitido ao mercado, o Banco Medial destacou o envolvente extrínseco inverso com incertezas elevadas, citando a falência de bancos e ressaltando a urgência de monitoramento do envolvente financeiro.
No cenário doméstico, o texto destaca a desaceleração da atividade econômica, uma vez que esperado pelo comitê. Porém, também ressalta que a inflação ao consumidor está supra do esperado para o cumprimento da meta do ano.
Entre os fatores de risco inflacionário, o BC cita a pressão dos preços fora do Brasil, as incertezas sobre o texto final do tórax fiscal –que impactam diretamente na expectativa sobre a trajetória do endividamento do país.
No cenário de consolação da pressão inflacionária está a queda no preço das commodites e desaceleração da atividade econômica no mundo supra do esperado.
Diante das análises, o Banco Medial não descarta novos aumentos da taxa Selic.
“Considerando a incerteza ao volta de seus cenários, o Comitê segue vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período prolongado será capaz de confirmar a convergência da inflação. O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não somente o processo de desinflação uma vez que também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. O Comitê avalia que a lance demanda paciência e serenidade na transporte da política monetária. O Copom enfatiza que, apesar de ser um cenário menos provável, não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra uma vez que esperado.”
A equipe econômica da Genial disponibiliza um relatório completo com as considerações da morada sobre o transmitido e decisão do Banco Medial. O material é disponibilizado na extensão “Macroeconomia Brasil” do Genial Analisa.
Trajetória da Selic
Durante o primeiro ano da pandemia de Covid-19, a Selic saiu de 3,75% em março de 2020, para 2% em agosto do mesmo ano. Ela permaneceu nesse patamar até janeiro de 2021, quando começou sua trajetória de subida. Depois 12 aumentos consecutivos o rendimento substancial chegou aos 13,75% ano, onde permanece há sete reuniões do Copom.
Novo governo, novos atritos
Com a posse do presidente Lula em 2023, o Banco Medial vem disputando um cabo de guerra. De um lado, segmento da classe política e aliados do Governo, que defendem a queda do rendimento em meio ao cenário de inadimplência crescente e redução da atividade.
Em entrevista ao portal Brasil 247, Lula disse: “eu acho um contra-senso a taxa de juros estar a 13,75% no momento em que a gente tem os juros mais altos do mundo, no momento em que não existe uma crise de demanda. Existe excesso de demanda. Nós temos 33 milhões de pessoas passando míngua, desemprego crescendo, a tamanho salarial caindo”, disse Lula em entrevista ao Brasil 247.
Por outro lado, o Banco Medial argumenta que a Selic deve permanecer no patamar em que está para prometer que a inflação não vai voltar a crescer, uma vez que ela é a responsável por minar o poder de compra, principalmente da classe mais pobre. “Precisamos ainda persistir no processo de prometer a firmeza de preços, que é tão importante para os mais pobres. Não se consegue firmeza social com inflação descontrolada”, afirmou Roberto Campos Neto, presidente do Banco Medial, em sessão de debate no Senado.
Na primeira pesquisa de avaliação do Governo Lula, uma parceria entre Genial-Quaest, publicada em fevereiro, 76% dos respondentes disseram que apoiam as medidas de Lula para forçar a queda da Selic. Os que se disseram contrários às iniciativas foram 16% e 8% não souberam opinar.
Apesar do suporte popular pela queda da taxa básica, 46% dos respondentes da pesquisa disseram não saber ou não responderam quem é o responsável por definir a Selic.
Porquê fica a Selic em 2023
Segundo o relatório Focus publicado na última segunda-feira pelo Banco Medial, a expectativa das instituições financeiras é que a taxa Selic termine 2023 em 12,5%. Desta Forma, o mercado espera que o rendimento caia 1,25 ponto percentual nos próximos meses, na presença de galanteio de um ponto percentual na pesquisa publicada quatro semanas detrás.